É cada dia mais comum no universo fitness a necessidade de se recuperar lesões, tanto de atletas profissionais como dos chamados “atletas de fim de semana”, devido à grande procura pelas academias, stúdio, box de treino, principalmente, nas últimas duas décadas.
O que acontece é que um exército de indivíduos tem procurado praticar as atividades sem antes observarem algumas condições que podem ser determinantes para a obtenção de bons e seguros resultados.
Esses critérios são, basicamente, idade, sexo, histórico de atividades físicas praticadas, acompanhamento profissional, intensidade dos movimentos, postura, duração das sessões, número de dias reservados para a prática, entre outras preocupações semelhantes.
Os resultados dessa inobservância podem ser estiramentos musculares, tendinites, problemas lombares,
mialgias, alterações cardíacas, entre outras consequências que, muitas vezes, têm como causa a chamada “disfunção em suas rotinas de exercícios”, cuja principal característica é o uso excessivo de determinado músculo em detrimento de outros.
Como uma arma para ao menos tentar dirimir esses transtornos, tem surgido nos últimos anos um movimento (de certa forma antigo, diga-se de passagem) com o objetivo de unir a fisioterapia aos treinos personalizados para a recuperação de lesões de uma forma bem mais rápida, e que, ao mesmo tempo, evite que o indivíduo fique inativo durante o tratamento.
A fisioterapia e treino personalizado na recuperação de lesões
Para o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), a fisioterapia “é uma ciência da saúde que estuda e trata distúrbios cinéticos (relativos ao movimento) funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas”.
Nesse sentido, o profissional em fisioterapia deverá ser capaz de auxiliar o paciente a conservar e manter a sua função, e restabelecer um órgão comprometido, garantindo a manutenção da capacidade física, motora e emocional do indivíduo.
A sua associação com o treinamento personalizado potencializa a recuperação de lesões, pois, enquanto aquela trata da reabilitação do órgão afetado, esta outra, busca fortalecer a região por meio do aperfeiçoamento das suas funções, prevenir a ocorrência de novos transtornos e corrigir a sua simetria.
Quando um atleta, por exemplo, sofre uma determinada lesão durante a prática das suas atividades, a fisioterapia entra como uma forma de impedir a atrofia do músculo e garantir que os seus movimentos não sejam afetados.
Já o treino personalizado irá fortalecê-lo (após o trabalho do fisioterapeuta) a partir de inúmeras técnicas que somente um profissional é capaz de aplicar, utilizando todas as formas de condicionamento muscular para evitar, principalmente no caso de atletas, que a sua capacidade seja diminuída em função do tempo em que ficou parado. Vale lembrar que o trabalho do fisioterapeuta está inserido no treino personalizado.
Qual a importância de unir fisioterapia ao treino personalizado?
A união entre essas duas especialidades tem uma integração fantástica, e é capaz de curar lesões, como tendinite, lombalgia, hérnia de disco, lesões dos ombros e joelho, coluna, entre outros distúrbios semelhantes.
No entanto, a importância da união entre fisioterapia e treino personlizado na recuperação de lesões está no fato de que o indivíduo – mesmo um atleta profissional – não terá que interromper bruscamente as suas atividades, pois a reabilitação será acompanhada por um trabalho de condicionamento e fortalecimento muscular da região. Isso fará com que o paciente conclua o tratamento em condições de assumir as suas atividades normalmente.
Para o membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e médico titular do Hospital Universitário Federal do Rio de Janeiro, Sérgio Gurgel Fernandes, essa união de forças não apenas restabelece o indivíduo para que possa voltar às suas atividades, mas também “o coloca em condições de executar qualquer esporte”.
“Após alguns testes, percebi que se trabalha em duas frentes: aliviando dores, corrigindo postura, e mais, reforçando os grupos musculares que protegem e auxiliam a coluna vertebral. Logo após os primeiros passos do tratamento, o paciente é estimulado a praticar, com responsabilidade, a sua modalidade esportiva”, concluiu.
Como as lesões são recuperadas?
É importante ressaltar, com relação à união dessas duas especialidades, que todo o esforço é concentrado em não apenas curar as lesões, mas também garantir que tal lesão não limite os movimentos, tampouco a flexibilidade do local afetado.
Logo, o trabalho também será feito no sentido de corrigir a postura durante os exercícios, analisar os padrões de movimento que utilizam durante essas práticas, decidir como resolver o problema da “compensação” ou “desequilíbrio dos músculos”, além de analisar a chamada “biomecânica do movimento”, que tem a ver com cada movimento executado, especificamente, com a qualidade e quantidade desses movimentos, que podem ser decisivos para a prevenção e recuperação da lesão.
Para isso, algumas técnicas são utilizadas, como o uso de bolas, pesos, esteiras vibratórias (para que o indivíduo execute determinado movimento), macas de inversão (que relaxam as articulações), cabos de resistência, Kettlebell, halteres, equipamentos pneumáticos entre outros instrumentos que, com o auxílio de um profissional de educação física, farão todo o trabalho de recondicionamento muscular.
Dessa forma, a pessoa terá a sua capacidade muscular restabelecida e fortalecida, e a possibilidade de reincidência da lesão será reduzida, pois os tecidos musculares e, consequentemente, a tonificação do corpo serão reforçados.

Quanto tempo é necessário para a recuperação da lesão?
Essa é uma pergunta que ainda suscita muitas dúvidas, pois o tempo para a recuperação de qualquer músculo ou órgão do corpo humano está diretamente ligado a idade, sexo, biotipo, dedicação ao tratamento, capacidades do profissional escolhido, entre outras questões bastante relevantes.
Porém, via de regra, estipula-se que um tratamento convencional deva ser realizado entre duas e cinco vezes por semana, num prazo determinado pela ausência de dor e consequentemente ausência da causa da dor –a depender de cada caso –, desde que o tratamento seja seguido à risca e executado por um profissional capacitado.
Mas é importante salientar que a prevenção ainda é o melhor remédio contra lesões durante a prática de atividades físicas.
E essa prevenção envolve o auxílio de um profissional, uma postura adequada durante os exercícios, a preocupação em relação aos excessos e às repetições dos movimentos e a realização de exames médicos sempre que for iniciar esse tipo de atividade.
Caso este artigo não tenha respondido as suas dúvidas, deixe um comentário logo abaixo. A sua opinião é fundamental para a produção de novos conteúdos sobre o tema.